quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Canárias


Férias 2010, Gran Canária.

Foto de uma passadeira que liga um passeio a uma palmeira rodeada de relva.


Imobilizo o AX logo após um taxi que está na primeira porta rotativa. É a porta mágica. Depois da porta, logo ali uns metros adiante estão os balcões da ARRIBA dos ares: a RYANAIR.

Eu e o meu irmão tiramos os nossos pertences e necessários enquanto o Xicote sorri por ter a chave do meu carro na sua mão. A polícia está logo ali, mas findados que estão os votos de boa viagem e as recomendações para com o carro, o Xicote acelera várias vezes em falso com a sua melhor cara de gozo e arranca com moderação no gás mas com a mão na buzina. As férias vão começar.

Acabámos por nos atrasar um bocadito, mas ainda temos tempo para o check-in. Temos uma bagagem de porão, com 12 enganadores quilos, uma mochila de proporções sérias e honestas, e uma mala escandalosamente pesada e volumosa que rola pelo pavimento do Sá Carneiro.

Não há fila para os balcões e o meu irmão decide que é o seu momento para o "xixi para a viagem". Não foi demorado, mas na sua curta ausência uma enorme fila de pobres viajantes acomodou-se e isto afinal já vai demorar.

De um modo rotineiro e também de quem já nem se lembra quando foi a última vez que Ryanairou, pousamos os BIs e as folhas do voo em cima do balcão. Como voo "doméstico" que é, o check in deverá fechar 40 minutos antes da hora do voo, e estamos a menos de uma hora do voo. O rapaz simpático, contudo prestes a ser uma besta, pergunta-nos se fizermos o check-in online ao que confirmamos em uníssono. A eminentemente besta, confirma as folhas onde está o código da reserva e olha para os nossos nomes nos BIs. Estamos a instantes de ser informados que o nosso check-in não foi feito.

Apanhados de surpresa, incrédulos mas certos que é naturalmente e unicamente um mal entendido, reiteramos que fizemos o check-in e damos o Benfica como garantia que temos a certeza absoluta que fizemos.

Adicionando Fátima e a Amália na garantia, a besta aconselha-nos a deslocar ao "Espaço Cota" e imprimir o comprovativo do check-in afim de evitar a cobrança de 40 euros por bilhete. Grrrrrrr!!! Confirmo que poderemos passar a fila à frente para finalizar o nosso check in e lá vou eu e o meu irmão para o Espaço Cota para imprimir a confirmação do check-in através do site da Ryanair.

No Espaço Cota há um guiché onde estão duas gajas na treta e que se mostram relutantes em se despachar e colaborar no nosso sprint para não perder o raio do avião. Aceder à net são 2 euros ou 2,5 euros e para imprimir outro absurdo que um dos meus hemisférios cerebrais já recalcou sendo agora impossível aqui descriminar. Ok, contas por alto, imprimir uma merda duma folha vão ser p'raí 5 euros. Que se .... é para não sermos xulados em 80 euros, compensa.

O meu irmão nem sequer percebeu que podíamos usar a internet, tal foi a complicação explanada por uma das raparigas do espaço cota. Lá nos sentamos em frente a um semelhante aos 486 e o meu irmão introduz a chave para activar o computador, enquanto a rapariga, crente que somos do meio do mato, quase que nos explica como usar o rato e o teclado.

Num ápice temos o mail de confirmação da ryanair aberto e a página para imprimir a confirmação do check-in. Tanto o tínhamos feito, que o site diz que foi feito e que o podemos consultar. Na pressa voltamos a imprimir os códigos de voo, porque é tudo que vemos disponível para imprimir. Apresso-me à besta e mostro-lhe as folhas idênticas às primeiras. Venho para trás com a certeza que vamos ter que mostrar outra coisa qualquer se não queremos pagar os 80 euros.

O tempo está a passar e o improvável dá-se. Uma das raparigas do espaço cota, interpela-nos e questiona-nos:

"Desculpem, mas eu tenho que perguntar. Vocês não são ... de Fafe?"

Estamos encaralhados com a situação do check-in e entre fazer amigos ou inimigos, votamos nos primeiros, confirmando a nossa naturalidade. A rapariga diz lembrar-se da cara do meu irmão e diz que é irmã do Tiago, como que se Fafe fosse o café central e algumas bouças em seu redor. Na evidente falta de dados lá lhe sai:

"...do Tiago Ferreira!" :)))))))

Do Xixa, apeteceu-me a mim exclamar!! Já não pagámos as cópias erradas e lá conseguimos encontrar a confirmação do check-in de regresso. Voltamos ao balcão da besta e dali vamos ao balcão onde toda a gente paga o quilos extra. A fila é enorme e só uma pessoa está a atender.

O tempo está fugir e o meu irmão diz-me para eu ir perguntar a mulher que acaba de se sentar para também atender a longa fila. Eu questiono-me porque é que vou eu e não vai ele, mas o timming certeiro pode a qualquer momento esfumar-se e avanço a fila toda com determinação.

Explico a situação duma forma simples, clara, amigável e com um tom de quem está de boa fé. Da mulher obtenho uma resposta simples, clara, FIRME e num tom de quem está farta de artistas.

"Se fez o checkin online, o meu colega tem que ter na lista. Se não fez, tem que pagar!!"
Como cada um vai à caça com o que tem, agradeço-lhe a informação e voo para o balcão da ryanair. Posiciono-me ao lado do seguinte passageiro a ser chamado, dando tempo e espaço para o passageiro que está a ser atendido o seja. A besta do balcão não me parece ter visto e manda avançar o passageiro seguinte na fila. Aguardo, não me deixando de posicionar melhor. A minha mudança de pé faz enfurecer uma rapariga na fila que sai disparada a mim com o indicador espetado no ar questiona-me se estou na fila? Nada melhor do que uma gaja a armar escândalo para que a besta olhasse para mim, por isso desviei-me da mira da rapariga e olhei para a besta dando-lhe o direito de resposta à situação criada no balcão dele.

Resultado, a rapariga lá voltou ao grupo de amigos com uma derrota nas trombas e a besta chamou-nos logo de seguida. Agora sou eu que estou disposto a armar confusão e digo-lhe de uma forma clara e firme como a mulher do outro balcão me disse:

"A sua colega diz que se fizemos o check-in online, os nomes estão aí, se não tivermos feito temos que pagar. E eu GARANTO-LHE que fizemos o check-in online!!!"

Perante uma segunda confusão eminente e a minha determinação em armar confusão, a BESTA corre a lista à procura dos nossos nomes, pega no telefone, marca um número rápido e pede a alguém que lhe traga dois bilhetes. Trinta segundos depois temos o check-in feito e os bilhetes na mão. Tanto trabalho e confusão, e o processo podia ter sido simples e eficaz à primeira.




Já no avião, o problema está na quantidade de bagagem de mão que está abordo. A tripulação faz como que um jogo de puzzle a ver qual a melhor combinação para arrumar tanta mala. Puramente na perspectiva de nos despacharmos, levanto-me para ajudar a hospedeira que faz equilibrismo com uma mala por cima da minha cabeça. Tudo pronto vamos lá de férias!!!



to be continued, or maybe not.



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