domingo, 24 de fevereiro de 2008

Netherlands


Difícil escolher a primeira foto para aqui pôr ... Achei por bem fazer uma ligação ao que deu origem a tudo isto: Erasmus em Odense, na Dinamarca.

A questão prolongou-se por mais alguns instantes, alongados pelo saltitar frenético entre o browser e a janela do MSN com a Alexandra que está do lado de lá da parede. Consultei uma vez mais as poucas fotos já tiradas e lá saiu a foto aqui do lado, ou pelos que há-de sair, porque quando escrevia as palavras ainda não sabia se era a da bicicleta ou a dos patos. :)

Na foto há dois elementos a destacar e reter. O primeiro é o céu cinzento, nublado, baço e deprimente que se abateu desde que cá cheguei. Só vi o Sol a brilhar uma única vez e estava na KEMA. A segunda, é a minha primeira regalia enquanto estagiário. Não é preciso dizer, pois não ? É que a bicicleta é que é o suposto e acima descrito elemento comum nas experiências hexasemestrais. :D Foi só para dar que pensar, porque se não ler isto sem ter nenhum sentido crítico não é justo da vossa parte. Agora que já confirmaram que hexasemestrais não é mais do que meio ano vamos continuar. De preferência pelo princípio que torna-se mais banal e dá para descançar possiveis cacholas que tenham estado em overheating antes de vir ler o blog.

Lá fora está um pouco de frio para os dias quentes e primaveris que têm estado. Para dia 17 de fevereiro ninguém se pode queixar desta temperatura amêna que tem vindo enganosamente a florir as àrvores da rua. O almoço foi salada russa num restaurante tipicamente tuga, mesmo em frente à feira de pedra rubras. No aeroporto tudo na mesma desde a última passagem por cá. O multibanco para o último levantamento sem comissões é no mesmo sítio, o quarto de banho é no mesmo sítio para o “chichi da viagem” e a zona de check in da ryanair lá está também no mesmo sítio, em jeito de santuário. Aplico a técnica das duas malas, uma para o porão outra para a bagagem de mão. Dadas as circunstâncias, levo ainda a mochila com o portátil. Sem balança em casa é difícil preparar isto, mas lá estavam os 13,5 Kg na bagagem de porão que me dão uma segurança extra para que não peçam para pesar a bagagem de mão. Obviamente a bagagem de mão leva tudo que seja pesado e não esteja interdito à cabine de voo. Não sei quanto pesaria, mas acima dos 10 Kg estava certamente e provavelmente chegava aos 20kg. Na bagagem de mão está um único liquido para que não tenha que o ter num saco plástico à parte – é a essencial pasta de dentes.
Passo o primeiro controlo onde o segurança me aborda com alguma confiança. Pergunta-me se sou portista. Pois claro que sou portista, retorqui. Ele investiga novamente o meu bilhete e manda-me aguardar depois do próximo controlo porque a comitiva do FCP também vai voar, e antes de mim. Assim faço, já para lá da barreira de segurança. O primeiro a aparecer é o mítico e papal Pinto da Costa, que vem com um ar cansado e agastado, provavelmente com a sua complicada vida privada, presumo eu, pois no clube é sempre a ganhar. Peço-lhe um autógrafo e aproveito para fazer sacanagem. Digo a esse barão do futebol português para dedicar ao Zé Leite – meu padrinho de baptismo e benfiquista doente que teima em usar a cor azul no dia a dia para a gastar. Depois lá vai passando toda a américa do sul que o porto tem comprado. Falei com o goleiro Helton e combinei com ele encontramo-nos nos Aliados para festejar o título. Ele segurou a bola e chutou pra Deus – Só dêpênde de Deus, né ? – Não, digo-lhe eu, depende de ti e de não deixares a bola passar. – Se Deus para mim não conta assim tanto, então o depende do avançado marcar golo segundo o número 1 do FCP. Logo negoceio. Helton, fica tranquilo que eu falo com o Gonzalez ! Lá aparece o goleador e toca de, bem à maneira tuga, pedir um autógrafo para o livro Reflectir Energia que me acompanha. Explico-lhe que que da parte do Helton está tudo tratado e não vai haver golos a esvoaçar dentro da baliza e que só depende dele para encontramo-nos nos Aliados. – Ai, isso aí depende de Deus ! – Porra, que tou a ver que o melhor jogador do porto é Deus.

A viagem é tranquila e curta, contudo, azar dos azares fui encaminhado para a porta de trás e fiquei nessa mesma barulhenta zona do avião.

A minha mala é a sexta a aparecer no tapete e eu penso porque raio é que quando temos 13 horas de espera pela frente a nossa mala aparece logo e quando há pressa ela teima em ser das últimas a aparecer ?!?
A porta automática das chegadas abre-se mesmo tendo eu os olhos pregados no ecran do telemovel. Sem ver, sinto um frio chuvoso que vem de lá de fora e chega até mim. Sigo caminho até acabar de comunicar à Mãe que já cheguei. Levanto a cabeça e o aeroporto parece-me pequeno. Dou duas voltas e constato que tem três pisos e não é assim pequeno. A fome aperta e como qualquer coisa junto a uma ficha eléctrica. Quase que vejo o review oficial da F1 que tem 3H22m até que sou expulso porque já é tarde. Já havia jantado também, umas almôndegas de bacon e fiambre muito boas, enquanto três espanhois me tomaram conta das malas e do portátil que estava ligado à corrente. Tranquilo, tranquilo !!
Como ali a net não dava e não, vou em busca de um pouso melhor para passar a noite. É no segundo piso que encontro ficha eléctrica e wifi aberta, com direito a cadeirinhas em linha prontas a servir de cama ! : )


Tal como no dia anterior, o dia começa antes do despertador tocar. É o telemovel novo no qual ainda não confio e a ansiedade de não falhar. O despertador está programado para tocar às 6:30 da manhã e ainda falta quase meia hora para tal acontecer. No quarto sente-se o silêncio em intervalos inversos ao roncar do gajo que dorme numa das 5 camas ocupadas.

Os planos para o dia são complicados de executar. O primeiro objectivo é ir ver o apartamento onde vou alugar um quarto. A primeira dificuldade é ir lá ter. É no centro da cidade onde o nome das ruas são bastante semelhantes e o StayOkay Hostel é um bocado afastado. A ideia base é ir até à estação central e uma vez aí, como combinado, ligar ao Mr Egbert que é o dono da casa. Atrevo-me e ligo-lhe quando já estou à porta meia hora antes da hora que devia ligar da estação. Tipicamente nórdico manda-me sem floridos dar uma volta pelo bairro e voltar à hora marcada. Lá se vai todo o tempo que tinha ganho na esperança de chegar à KEMA antes das dez.
Ligo de novo e questiono-o se já está ready ao que me responde afirmativamente e que virá cá baixo abrir a porta. Egbert é divorciado com dois filhos e aparenta ter uns 45 anos para além do bom aspecto que encobre uma cabeça estranha. Recuso o café/àgua que oferece pois não quero mesmo perder muito tempo. Começa por explicar que a rapariga que está no meu possível futuro quarto tem a bicicleta lá em baixo e portanto se calhar está no quarto. Passamos assim por começar pela sala de jantar, julgo eu, mas certeza é da cozinha e decorada com um estilo desorganizadamente limpo. A planta da casa é tipicamente antiga e confusa e fui passando por divisões como o quarto de banho, o quarto do filho onde está a filha, o quarto da filha onde está o Richard da KEMA, o quardo da Alexandra e o quarto do próprio Egbert. Sim, é uma casa de família e o meu quarto será ultra minúsculo. Na casa há ainda o escritório do Mr. Egbert onde tudo está espalhado como se a ordem fosse o caos. Apesar da minha preocupação em despachar-me ele explica-me a sua mais recente invenção que é uma espécie de contador de potência conectado com uma unidade de processamento com ligação wireless a outra unidade noutra cidade. O sistema tem uma conta associada que po sua vez tem um conjunto de paneis solares associados. Ao ligar o aquecedor ao dispositivo este liga-se à base de dados e começa a descontar energia solar produzida. O objectivo é garantir que o consumidor está a usar energia renovável o que na prática não está mas isto já não é assunto para o blog que eu já imagino olhos a correr as linhas na diagonal.
Entre as tantas coisas que me deixam perpelexo, a caminho da cave vejo um telefone de parede do tempo dos telegramas por cavalo. Lá me consigo desenrascar depois de combinar a mudança para thursday evening e apreço-me para a paragem de autocarro mais próxima. Apanho dois autocarros e chego à KEMA mesmo a tempo. Pouso o portátil e tiro o casaco. O Emr aparece e eu explico-lhe donde estive. Daí a 20 minutos estamos de novo no centro, desta vez na câmara para que eu possa registar-me na cidade e ter um SoffieNumber. Dizem-me que preciso de ter um contrato de arrendamento. Voltamos para a KEMA e ligo com o senhorio e mais uma vez a conversa telefónica não parece resultar muito bem. É quase meio dia e há que sair outra vez. Hoje o almoço e o jantar é à pala do Symposium YoungKEMA que tem lugar num fantástico ZOO da cidade.
À chegada temos gente a indicar o caminho para estacionar. Somos recebidos pela equipa YoungKEMA depois de passarmos uma cúpula onde imediatamente nos transportamos para um qualquer sítio no equador quente e húmido repleto de enormes pássaros e àrvores coloridas.

Depois da abertura o primeiro orador é Mr Hugo Brouwer - Minister of Economical Affairs. Uma verdadeira seca sem grande conteúdo técnico. Políticos, são políticos em todo o lado.


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